8.12.06

VEJA OS ARQUIVOS COM AS NOTÍCIAS DE CADA DIA:


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Até breve!

Faz quase 10 anos que procuro sempre compartilhar aquilo que aprendo em congressos, seminários, encontros e palestras. Sempre fiz assim como uma atividade pessoal. A novidade, desta vez, foi fazê-lo também de forma colaborativa, em equipe. Eu estaria apenas um dia neste evento, o último dia. E a programação dos dois primeiros dias era farta e atraente.

Lancei o apelo em algumas comunidades virtuais de EaD e Renata e Rosângela responderam, mostrando-se dispostas a colaborar com um blog informativo do evento. Combinamos tudo a distância, por e-mail. Montei o blog, inclui-as como colaboradoras, fizemos uns testes e pronto.

Através da cobertura feita por Rosângela e Renata pude acompanhar o que aconteceu nos dois primeiros dias. Quando cheguei ao seminário era como se eu já estivesse ali desde o início. Foi muito bom sentir como é "o outro lado", o de quem passa a ter à disposição uma fonte de informação tão preciosa. Elas fizeram realmente um belo trabalho.

Para isto pudemos contar também com a boa vontade do pessoal da organização do evento, da Fatima Bayma, coordenadora geral, e do Joaquim e do Ricardo, da "casa das máquinas" da FGV. Graças a eles dispusemos de conexão sem fio no local do evento. Rosângela tinha também uma conexão GPRS como backup. Assim, ao fim de cada palestra, podia-se postar uma síntese, com foto e tudo.

Foi um grande prazer trabalhar ao lado das duas.

Ainda alimento esperanças de sempre encontrar alguém postando sínteses de palestras e eventos sobre Educação a Distância. Espero que este blog sirva de incentivo a outros para que façam o mesmo em outras ocasiões e lugares.

Até breve,


Do bloquinho ao teclado...



...nem preciso comentar o pânico que senti com o desafio de postar uma palestra logo ao terminar e...digitando!Não preciso dizer também, que ao final do terceiro dia o bloquinho já estava esquecido num canto e eu digitava tão rápido quanto escrevo!
Mas sabe qual o verdadeiro ganho para mim?
Saber que pude Compartilhar com tantas pessoas, tantas quanto for possível...onde quer que estejam, a informação , fresquinha, atual , proferida por profissionais admiráveis e respeitáveis!
Lembrei-me de Pessoa:
Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
Que tenhamos a oportunidade de ser generosos e dar às outras pessoas aquilo que temos recebido...
Parabéns à Fatima pela organização do evento!
Parabéns Wilson pela iniciativa do Blog!
Renata, gracinha de pessoa, foi bom tê-la como companheira!
Obrigada... e foi realmente um prazer!
Rosangela Agnoletto
rosangelaagnoletto@gmail.com

Prioridades e Desafios do Ensino Superior no Brasil e a Contribuição da EaD

Sobre este tema fala agora Ricardo Barcia, da UFSC.

Segundo ele, há duas grandes barreiras para o avanço da educação superior no Brasil:

- Burocracia
- Corporativismo

Propõe a criação de um "observatório da Educação a Distância", que poderia ser da ABED, para olhar o que se faz em nível mundial e colher as melhores experiências e as melhores práticas.

No final, afirma: "deixem-nos trabalhar", sem obstáculos burocráticos.

Lucio Teles

Esta palestra deveria ter sido realizada ontem, porém o "apagão aéreo" impediu que Lucio chegasse a tempo.

Seu tema é a "Internacionalização da Educação a Distância". A discussão a respeito disto veio da proposta de tratar educação como um serviço comercial, feita na OMC em 2001, passível de ser também "exportado". Mas ela vem de outras épocas, desde quando a cooperação acadêmica inter-institucional passou a ser mais e mais adotada. Ou seja, há uma dimensão de natureza mais comercial, lucrativa, mas também há uma discussão em torno da cooperação acadêmica, não necessariamente com fins lucrativos.

Lucio adverte para o fato de que a distinção muito rígida entre lucrativo ou não, entre comercial ou não é um tanto problemática e pouco útil. A cooperação internacional é uma forte tendência, independente de ser comercial ou não, lucrativa ou não.

No caso brasileiro, a UAB vem desenvolvendo um trabalho que também tem alcance internacional, atingindo comunidades brasileiras no exterior.

Várias questões são levantadas quando se trata de internacionalização da educação, como a do reconhecimento, do controle de qualidade, do atendimento a necessidades específicas locais, localização cultural etc.

O projeto Piraí Digital

Fala agora Maria Helena Jardim, coordenadora educacional do Piraí Digital, premiado projeto daquela cidade fluminense. Alguns destaques da sua fala:

- Toda a região geográfica do município tem cobertura de acesso wireless à Internet, inclusive escolas no meio rural.

- A experiência vem sendo replicada em outros municípios de tal forma que hoje já existe um projeto de "estado digital" no estado do Rio de Janeiro.

- A discussão do plano diretor do município teve em sua pauta também a inclusão digital.

- Uma rede de VoIP interliga todos os órgão municipais.

- O grau de interesse das crianças mudou para melhor; depoimentos de professores revelam que os problemas disciplinares antigos desapareceram. Claro que por trás disto não está apenas o acesso à Internet, mas um projeto educacional mais amplo, que envolve a tecnologia.

- O projeto pedagógico da rede municipal precisou ser repensado para uma realidade em que a tecnologia já está na escola. As escolas trabalham em rede, não apenas em rede informatizada, mas sobretudo em rede de aprendizagem.

- Há em Piraí também um polo do CEDERJ, de cursos de graduação a distância. Os alunos de licenciatura, futuros professores, estão sendo formados já no uso de novas tecnologias em educação.

Comunidades Digitais: o caso de Ouro Preto

Agora é a vez do prof. Américo Bernardes, da Universidade Federal de Ouro Preto, que fala sobre a construção de Comunidades Digitais, nas quais o acesso à Internet e a novas tecnologias não é individual, mas coletivo, para toda uma comunidade. A rede passa a ser um patrimônio local, gerido de acordo com os interesses da comunidade, principalmente por conexões sem fio. A iniciativa favorece áreas como educação, governo digital, geração de emprego e renda etc.

Ouro Preto é um projeto piloto com tecnologia WiMax em parceria entre instituições públicas locais e a Intel. A experiência vem mostrando que a implantação deste tipo de iniciativa não é coisa trivial, mas complexa, que exige boa integração entre os agentes envolvidos. Um detalhe interessante: 300 dos 500 professores da rede municipal já estão sendo digitalmente incluídos com esta iniciativa, e a totalidade não está muito longe de ser alcançada.

Um evento em maio de 2007 em Ouro Preto discutirá a idéia de "cidades digitais".

Projeto Escola Modelo, da Intel

Fala agora Rose Salvini, da Intel, sobre o projeto de inclusão digital "Escola Modelo", que visa promover a inclusão tanto de professores quanto de seus alunos em comunidades de baixo poder aquisitivo. O projeto usa o Classmate PC, o laptop educacional da Intel e fornece equipamentos, conexões e suporte pedagógico para uso de tecnologia em educação. São experiências-piloto que procuram mostrar o quanto se pode avançar com uso de tecnologia em educação, como uma vitrine para ajudar governos e organizações a investirem em tecnologia e educação. Mostra um video de uma escola modelo, pública, de nível médio, em que agora os alunos podem disputar de igual para igual com alunos de escolas privadas vagas na universidade.

A Experiência do SEBRAE


Marcia Maria de Mattos
A Educação Empreendedora do SEBRAE é muito mais do que aula pela internet .
Trabalham com matrizes temáticas que se transformam em cursos.
Cita, alguns deles também realizados pelo rádio e TV.
O curso Iniciando Pequeno Negócio teve início em 2006 e já recebeu uma premiação da ABED; no próximo ano, o investimento já planejado será em Tutoria: perceberam a comunicação como ponto crítico, a ser melhor trabalhado, especialmente pela internet e pretendem avançar .
Processo avaliativo realizado em todos os níveis, apresenta resultados de 2005 e 2006 está fechando dados da pesquisa.

Um caso da TAM

Carla Lopez, da TAM, fala neste momento sobre um caso desenvolvido na empresa, a "Formação de Aeroportos Base", para o pessoal de linha de frente nos balcões dos aeroportos, mais de 1.500 pessoas no país inteiro. O programa começa com dois módulos online e termina com um módulo presencial.

Algumas coisas foram aprendidas neste caso:

- compromisso das equipes é fundamental para o sucesso, e a falta de compromisso, a principal razão para o fracasso.

- o preparo daqueles que ficarão responsáveis pelo apoio ao treinando também é outro elemento-chave para o sucesso.

Para 2007 a TAM pretende caminhar mais na direção da descentralização do treinamento, de forma a adequá-lo às diferenças regionais, e da disponibilização para o mercado internacional.

Gestão do conhecimento e educação corporativa na Vale

Fala agora Ana Cláudia Freire, da Valer, a universidade corporativa da Companhia Vale do Rio Doce. Apresenta uma posição bastante equilibrada, procurando enfatizar o foco na aprendizagem e no conhecimento e sem se preocupar se isto usa ou não tecnologia de ponta e acontece ou não a distância. Dos 30 mil funcionários da empresa, 20 mil são técnicos operacionais especializados, que são capacitados, formados e atualizados internamente, pois o mercado não forma nestas especialidades, ou pelo menos não no volume necessário para a empresa. E metade dos funcionários possuem menos de 5 anos na empresa.

A gestão do conhecimento na empresa se organiza por meio do fomento a comunidades de prática e de redes de aprendizagem coletiva, de compartilhamento do conhecimento. É um grande desafio porque a educação formal não incentiva o desenvolvimento de habilidades para isto, e a empresa precisa vencer esta dificuldade e a resistência correspondente. Também a explicitação e sistematização do conhecimento tácito é um desafio, pois também a educação formal não incentiva nem desenvolve isto nas pessoas.

A apresentação em PowerPoint descreve a estrutura de organização da Valer e de sua articulação com a gestão do conhecimento. O modelo também se baseia nas "trilhas" de aprendizagem que o Banco do Brasil usa.

A experiência da Amadeus

Fátima Salgado, do Amadeus Brasil, fala agora na décima mesa do seminário. Primeiramente apresenta sua empresa, focada em tecnologia para a reserva e venda de passagens aéreas em escala global, com necessidades educacionais variadas e para um público numeroso. A estratégia de introdução do e-learning levou a uma crescente adoção desta modalidade, chegando hoje a 60% da carga horária total das iniciativas educacionais da empresa.

Rosana Meira, também da Amadeus, descreve em linhas gerais o funcionamento do sistema, o ambiente, material didático, suporte ao aluno etc. Uma idéia interessante é o "shopping" educacional, que o aluno pode acessar e "comprar" o curso que melhor atende suas necessidades.

Gestão de competências e Gestão do Conhecimento no Banco do Brasil

Fala agora Pedro Paulo Carbone, do Banco do Brasil. O BB procura alinhar o crescimento do seu capital financeiro com o do seu capital humano, através de um programa de gestão do conhecimento fundamentado em uma ética empresarial. O programa é baseado em mapeamento de competências e trilhas de aprendizagem segundo as necessidades de desenvolvimento de cada profissional.

O modelo está detalhadamente descrito no material em PowerPoint que a organização do evento está se comprometendo em disponibilizar ao final do seminário. Assim que este material for disponibilizado, informaremos aqui.

Educação Corporativa: Principais Avanços e Contribuições

Fala agora Walter Brito, da Universidade Corporativa da Petrobras. E começa surpreendendo com um anúncio: faz 2 dias que a empresa decidiu fechar o seu campus virtual...

Apresenta a nova estrutura da Educação Corporativa da Petrobras. Depois de 11 anos sem contratar, agora a empresa vem promovendo o ingresso de milhares de novos funcionários em seus quadros. O setor de recursos humanos tornou-se, assim, ainda mais estratégico e a educação corporativa precisou ser reestruturada para atender às novas necessidades. A universidade corporativa foi dividida em escolas (de gestão de negócios, de engenharia e tecnologia etc). O campus virtual foi transformado em "suporte à educação", atendendo tanto a necessidades presenciais quanto não-presenciais.

É um trabalho com números gigantescos, com mais de 40 mil alunos e centenas de professores, na maior parte presencial, com alguma coisa sendo feita a distância. Imagino que este seja um aspecto a ser questionado: por que a Petrobras fechou seu campus virtual?

O auditório faz perguntas...

Como está sendo vista a questão da pedagogia na sua empresa?
( Marcos Resende)
Aprende-se na pratica , nossa experiência.
2002 , um curso ofertado, diferente de hoje .
Modelo instrucional grande , pouca tutoria, curso auto-instrucional.
Mas num curso de Motivação, por ex. , se não houver uma equipe de tutores bem orientados, será um fracasso.
Por isso sempre a questão básica:
Se destina a quem?
Qual o acesso?
Para se aplicar a “pedagogia” mais adequada.

Duas em uma : Treinamento online , nessa visão como encaixaria Mestrado e Doutorado?
Lap top baixo custo o que você diz?

(Luiz Antonio Jóia)

Primeira prefere não responder porque sua instituição tem planos a respeito... (risos geral!)
Segunda, o governo tem idéias boas e novas, mas as novas não são boas e as idéias não são novas... vai dar tudo errado!Daqui pouco tempo só vai sobrar manivela na mão...




Pedagogia, aumentar a bola. Como?
(Wilson Azevedo)

Faz um paralelo comer bem não é comer muito mas com mais qualidade e isso na maioria das vezes significa menos comida.
Então um mix tecnológico pode “empanturrar” o aprendizado.
Selecionar a tecnologia suficiente ao que você precisa, é mais adequado. O restante você guarda.

Retroceder para avançar!



Wilson nos convida olhar o passado recente : os pioneiros dos cursos online, educadores originalmente, para podermos ter uma visão de futuro um pouco melhor...
Um passo atrás para avançar lá na frente...
O cenário aponta uma entrada maciça das classes C e D na internet, milhões de usuários.
Terão acesso à ultima tecnologia?
Queremos atingir esse público?
Baixa tecnologia funciona melhor
associada a Pedagogia!

Tecnologias em EaD: O que mudou... e o que precisa mudar?

A seguir link para um podcast que preparei com minha palestra nesta manhã, o esboço que segui para falar e as referências webliográficas nas quais me baseei.

- Ouvir podcast (para baixar clicar sobre este link com o botão direito e selecionar "salvar como...") - 4Mb - MP3.


Tecnologias em EaD: O que mudou e... o que precisa mudar?

Moral da história: baixar a bola da Tecnologia, subir a bola da Pedagogia

Educação Online, 1975 a 1995:
- Principais atores: educadores e pesquisadores
- Tecnologia simples, hoje em grande parte já superada.
- Pedagogia consistente e atualizada, fortemente baseada em colaboração

E-Learning, das “invasões bárbaras” até hoje:
- Principais atores: gestores e profissionais de TI recém chegados à Educação
- Tecnologia cada vez mais sofisticada
- Pedagogia ingênua e desatualizada, fortemente baseada em memorização e condicionamento.

Recomendações dos pioneiros quanto a Tecnologia:
- John Daniel: “Baixa tecnologia freqüentemente funciona melhor”
- Zane Berge: minimalismo tecnológico
# quanto mais sinos e apitos tem uma tecnologia, mais caro e complexo o equipamento necessário, maiores as limitações de acesso para o aluno, maiores as exigências de tempo e viagem (por exemplo para pontos de videoconferência) mais amplo o suporte técnico necessário e maiores as chances de falhas do equipamento.

Tendências futuras:
- No primeiro decênio da Internet no Brasil (1995-2005) ela se expandiu fortemente nas classes A e B — crescimento da banda larga neste segmento
- Neste segundo decênio (2005 a 2015) a Internet está se expandindo fortemente na classe C e mesmo na D — crescimento do acesso discado em banda estreita
- Crescimento da oferta de Internet móvel por meio de celulares e PDAs — também em banda estreita

· Por isto precisamos baixar a bola da Tecnologia e fazer subir a bola da Pedagogia: para alcançar melhores resultados e atingir mais pessoas, sobretudo entre os que em poucos anos se tornarão maioria na Internet no Brasil.


WEBLIOGRAFIA

COLLINS, M.P. & BERGE, Z.L.
Technological minimalism in Distance Education
The Technology Source. 2000, November/December

COLLINS, M.P. & BERGE, Z.L.
Guiding Design Principles for Interactive Teleconferencing

DANIEL, John.
Lessons from the Open University: Low-Tech Learning Often Works Best